Ouvia-se com satisfação, aquela voz que cantava, e sem se saber o quê, ele assim apregoava:
Quem quer, quem quer um consolo ó mulher, o meu doce sardãozinho, se todo, são mil escudos, metade até ao lacinho!
Ora vivia ali por perto uma senhora donzela, já entradota e sua criada Maria ( As criadas antigamente eram todas Marias! Lol)
Ao ouvir a cantilena ficou açaz curiosa e vai daí ao encontro daquela voz tão melodiosa.
E volta contente a madame em alegre cantoria despedesse do vendedor ; Adeus! Até qualquer dia...
Andou feliz a senhora parecia rejuvenescida, e a Maria coitada triste e acabrunhada, pergunta-lhe assim um dia:
Ó senhora diga lá vossemecê que tem o doce sardão, que de a fazer feliz teve tão grande condão...? Sabes... disse ela assim meia atrapalhada, aquilo não é sardão... é uma coisa abençoada! E prometeu à criada dar-lhe também o saber, mas só que pela metade, por dinheiro não haver.
E assim num qualquer dia , vai a Maria anafada, provar o dito sardão para ficar consolada e mais alegre a coitada... mais vale meio, que nada!
Olhe senhor disse ela só quero meio consolo, tenho só quinhentos mil reis... sim disse o cantador, vós senhora é que sabeis.
Mas na hora de provar, acelera a criatura e começa a gritar perdendo a compustura:
Ai enterra...! Enterra até aos co..........lhões ... se não chega o dinheiro, pago às prestações!
Anedota antiga, que eu ouvia a minha mãe contar às amigas (escondida claro!) que eu resolvi colocar em prosa
. Aceitam-se gargalhadas! Participa!